domingo, 16 de junho de 2013

SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM: AVESTRUZ

Série: 7ª série /8º ano.
Tempo Previsto: 5 a 6 aulas.
Objetivo: Desenvolver e ampliar a capacidade leitora dos alunos.
Conteúdos: Leitura de crônicas narrativas; analisar o sentido de humor da narrativa.
Competências e habilidades: Inferir o efeito de humor produzido em um texto pelo uso intencional de palavras, expressões.
Estratégias: Leitura compartilhada;  análise do texto com intervenção de humor; intertextualidade com a propaganda (Volkswagen).
Chamar atenção do humor através dos animais utilizados na propaganda versus texto Avestruz (exagero).
Recursos: textos impressos, vídeo (propaganda Volkswagen); giz; lousa; caderno do aluno e do professor; dicionário.
Avaliação: Verificação do efeito humor na leitura da crônica: “A mensagem” de Stanislaw Ponte Preta, com questões que contemplem as estratégias de leitura, segundo Roxane Rojo.

DESENVOLVIMENTO DA SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM


  • Ativação do conhecimento Prévio
  • Antecipação
  • Checagem de hipóteses

Avestruz

O filho de uma grande amiga pediu, de presente pelos seus 10 anos, um avestruz. Cismou, fazer o quê? Moram em um apartamento em Higienópolis, São Paulo. E ela me mandou um e-mail dizendo que a culpa era minha. Sim, porque foi aqui ao lado de casa, em Floripa, que o menino conheceu os avestruzes. Tem uma plantação, digo, criação deles. Aquilo impressionou o garoto.

Culpado, fui até o local saber se eles vendiam filhotes de avestruz. E se entregavam em domicílio.

E fiquei a observar a ave. Se é que podemos chamar aquilo de ave. O avestruz foi um erro da natureza, minha amiga. Na hora de criar o avestruz, Deus devia estar muito cansado e cometeu alguns erros. Deve ter criado primeiro o corpo, que se assemelha, em tamanho, a um boi. Sabe quanto pesa um avestruz? Entre 100 e 160 quilos, fui logo avisando a minha amiga. E a altura pode chegar a quase 3 metros - 2,70 para ser mais exato.

Mas eu estava falando da sua criação por Deus. Colocou um pescoço que não tem absolutamente nada a ver com o corpo. Não devia mais ter estoque de asas no paraíso, então colocou asas atrofiadas. Talvez até sabiamente para evitar que saíssem voando em bandos por aí, assustando as demais aves normais.

Outra coisa que faltou foram dedos para os pés. Colocou apenas dois dedos em cada pé. Sacanagem, Senhor!

Depois olhou para sua obra e não sabia se era uma ave ou um camelo. Tanto é que, logo depois, Adão, dando os nomes a tudo o que via pela frente, olhou para aquele ser meio abominável e disse: Struthio camelus australis. Que é o nome oficial da coisa. Acho que o struthio deve ser aquele pescoço fino em forma de salsicha.

Pois um animal daquele tamanho deveria botar ovos proporcionais ao seu corpo. Outro erro. É grande, mas nem tanto. E me explicava o criador que os avestruzes vivem até os 70 anos e se reproduzem plenamente até os 40, entrando depois na menopausa. Não têm, portanto, TPM. Uma fêmea de avestruz com TPM é perigosíssima!

Podem gerar de dez a 30 crias por ano, expliquei ao garoto, filho da minha amiga. Pois ele ficou mais animado ainda, imaginando aquele bando de avestruzes correndo pela sala do apartamento.

Ele insiste, quer que eu leve um avestruz para ele de avião, no domingo. Não sabia mais o que fazer.

Foi quando descobri que eles comem o que encontram pela frente, inclusive pedaços de ferro e madeiras. Joguinhos eletrônicos, por exemplo. Máquina digital de fotografia, times inteiros de futebol de botão e, principalmente, chuteiras. E, se descuidar, um mouse de vez em quando cai bem.

Parece que convenci o garoto. Me telefonou e disse que troca o avestruz por cinco gaivotas e um urubu.

Pedi para a minha amiga levar o garoto a um psicólogo. Afinal, tenho mais o que fazer do que ser gigolô de avestruz.


Autor: Mário Prata
Ilustração: Fido Nesti



  1.       Qual o título do texto?
  2.        Você já viu este animal?
  3.       Quem pediu de presente um avestruz?
  4.       O que se entende pela expressão popular: “estômago de avestruz”. Qual a relação com o texto?
  5.       Quem narra a história?
  6.        Você sabe como é o transporte de animais em aviões?
  7.        Você sabe o significado da palavra “gigolô”?

  • Capacidades de apreciação e réplica do leitor

  1.      Quem é o autor do texto?
  2.      Qual o nome do ilustrador?
  3.      Em que veículo ela costuma circular?
  4.      Quais são os assuntos geralmente tratados nestes textos?
  5.      Qual o público-alvo?
  6.      Qual a finalidade deste texto?

  •   Percepção de relações de intertextualidade
  •   Percepção de relações de interdiscursividade
  •   Percepção de outras linguagens
       Oralmente...

  1.       Faça uma síntese da propaganda
  2.       Qual é a intenção da propaganda?
  3.       Há humor? Justifique.
  4.       Qual a relação desta propaganda com o texto Avestruz?
  5.        Há exageros nestes materiais analisados? Justifique.

  •  Apreciação estéticas e/ou afetivas
  •  Elaboração de apreciações relativas a valores éticos e/ou políticos

  1. Qual a relação de valor e perspectiva que o texto traz ao leitor?
  2. Você acha possível um avestruz viver em um apartamento?
BIBLIOGRAFIA
PRATA, Mário. Avestruz. Disponível em: http://revistaquem.globo.com/Revista/Quem/0,,EMI45408-9531,00-AVESTRUZ.html. Acesso em: 14 jun.13

PRETA, Stanislaw Ponte. A mensagem. Disponível em: http://www.releituras.com/spontepreta_mensagem.asp.  Acesso em: 14 jun. 13

PROPAGANDA Volkswagen- Saveiro Monstro. Disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=6JgqoDyTSxo. Acesso em: 14 jun. 13

ROJO, R. H. R. (2002) A concepção de leitor e produtor de textos nos PCNs: “Ler é melhor do que estudar”. In M. T. A. Freitas & S. R. Costa (orgs) Leitura e Escrita na Formação de Professores, pp. 31-52. SP: Musa/UFJF/INEP-COMPED.

CRÉDITOS
Ariane de Oliveira
Cristina Maria Darós
Débora Guilarducci Fiusa
Elisabete Di Biazzi
Taís Patrícia Viégas
 Vilma Araújo

ANEXO
A mensagem                                       Stanislaw Ponte Preta
(Sérgio Porto)


               
Um amigo nosso, comandante da VASP, conta-me a estranha mensagem recebida por um piloto americano durante uma aterrissagem.
                O avião da companhia norte-americana sobrevoava a Bahia, a caminho do Rio, quando um defeito no motor obrigou o piloto a providenciar uma aterrissagem no aeroporto mais próximo possível.
                Na Bahia, justamente na pequena cidade de Barreiras, existe uma pista de emergência (se é que se pode chamar aquilo de pista) para os aviões das linhas internacionais. Raramente é usada, mas era a mais próxima da rota do avião. Assim, o piloto não teve dúvidas. A situação dele estava muito mais pra urubu do que pra colibri. 0 negócio era mesmo se mandar para Barreiras.               
                Pediu pouso durante certo tempo, dirigindo-se à Rádio local em inglês. A resposta demorou um pouco, mas acabou vindo. Alguém, com forte sotaque nordestino, falando um inglês arrevesado e misturado com palavras em português, respondia que estava ouvindo e aconselhava o comandante a procurar outro local para aterrissagem.
                Há dias estava chovendo em Barreiras e a pista se achava em péssimo estado.
                O piloto, sem outra alternativa, insistiu em pousar assim mesmo, e tornou a pedir instruções, ouvindo-se lá a voz a dizer que estava bem, mas que não se responsabilizava pelo que desse e viesse.
                Acontece porém que isso foi dito com outras palavras, ainda num misto de português e inglês. Assim:
                — Ok. You land. But se der bode, I'il take my body out.

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